Portugal nunca fez o tal 25 de abril.
A esquerda nunca se fez compreender, talvez porque ela própria nunca se compreendeu.
Portugal precisa de uma revolução, a sério.
A esquerda nunca conseguiu explicar porquê e para quê.
Muitos dos seus porta-vozes, sem nenhuma convicção e menos argumentos, seguiram o natural rumo do fazer barulho até que se cansassem de os ouvir.
Mas não passava de barulho, para ganharem uns votos para as despesas.
Tal como há muitos padres ateus a celebrar missas, há bastantes esquerdistas que, não só nunca leram os respectivos evangelhos, como não têm a noção do que andam a fazer.
Se não se recusam a jogar dentro das regras do capitalismo, o que é legítimo que façam, tampouco as contestam e esse devia ser o núcleo mínimo do seu programa.
E já nem digo, do seu programa de acção, porque, uma vez definido, como é suposto que a esquerda o tenha, aquilo que deve ser feito, e para eles isso é científico, só restaria e faltaria e haveria que o fazer.
Hoje, vemos claramente visto que o 25 de abril pode ter sido uma revolução dos cravos, mas não foi a revolução de que o país precisava e continua a precisar.