Quando te sonho promessa és princípio, caminho que mata a minha sede, sinto a proximidade dos lábios de onde te bebo como se madrugasse na tua intimidade. E é bela a música que me invade, violino de alma em clave de pássaros a acordar as folhas e os ventos mornos que me enlaçam, enquanto a minha sombra canta baixinho. Nesse encanto, sinto meu corpo lavado na fonte inicial que traz o mais belo, ao meu ser imaterial E fico assim, concebendo a minha serenidade numa ideia gravada na pedra com a leveza do branco mais puro. Num segundo vejo nascer as luas e as estrelas numa sinfonia nocturna onde a memória se perde e só tu pousas em mim o silencio criador. Chegas, descerras em mim a vastidão de um céu e ficamos em ilha onde nos plantamos para atingir em nós a flor original.