Existe um leque mergulhado no ar
com uma elegância quase velada,
abre-se em doce, querido flutuar
feito suave esconderijo de vergonha.
Abre-se numa revelação de matrioska,
mãe da mãe da mãe da filha
da que foi mãe e é filha.
Pânico, no entanto!
O frenesi de movimentos calmos,
cadenciados a compasso
enchem o medo do agradável.
Existe um leque fechado que se abriu
em folhos aos olhos dos filhos
que por aqui andam num corropio
e, num instante, numa arritmia
acelerou o balanço manso
soprando sem esforço, o vento.
Existe um leque na mão que o abana.
Abre e fecha e rodeia o momento
com o jeito de quem toca o movimento
num beijo infinitamente periódico.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.