Tentando desatar o nó da garganta ao ler seu texto, mulher dourada, sorriso que embeleza minha telinha. Sensibilidade que me aguça a alma, me faz sorrateiro. Jamais terei versos, nem prosa nem trovas, que possam lhe dizer, dos sentimentos tantos, que enchem o peito, se debruçam, mas não conseguem transmitir ao teclado, a beleza do que sentem. Te espero, de braços dados com minha terra, para te mostrar o asfalto e desnudar os paralelepípedos e as “estórias” que eles, cobrem. Minha terra há de retribuir, seu olhar imenso, se extasiar com sua sombra. Soltar o menino que vive em mim, para te mostrar, junto com meu menino homem que te gosta tanto, os poucos dos tantos segredos que esta terra encerra. Te mando carinho desvairado, como minha Sampa, enevoada da garoa, que a tornou famosa, nos molha o corpo e nos lava a alma.
Segunda feira em São Paulo, que te espera, para sem pudor te apresentar suas, vielas e becos desconhecidos. Seus perfumes sensíveis apenas aos que a amam, sua gente amável e os desamáveis. Seus meninos gentis e os de rua que se alimentam de luz (como disse nosso Chico).Espicham seus olhos famintos, pela manhã, buscando o carinho da atenção, a tarde nossas pobres carteiras, que nada lhes darão além da droga de cada dia. Te levar a seus restaurantes, cantinas e botecos, nossos árabes e nossos judeus , nossos japoneses, nossos teatros, nosso mercado, nossos artistas que na rua“mabembam” sua arte. E principalmente nosso mais ilustre habitante... nosso carinho.
Que meu abraço encontre a sua luz que ela nunca falte ao seu sorriso.
Carlos Said