Saio da minha loucura na luta
dos anônimos, homônimos
para me recolher na caverna estreita da palavra,
sozinho com meus versos,
feliz no meu silencio,
pacato na minha voz arrancada do coração.
Retiro-me da vida para conviver comigo mesmo,
no singular das mais eternas canções mentidas
no vale do nosso lar,
que dentro de nós não sobrevive mais,
só se eterniza na mentira de um futuro
que jamais chegará.
Escapo do meu destino,
canto no festival dos festivais da vida,
não para ganhar, mas para não sonhar
com a saudade que o coração não trás mais.
Sobrevivo as guerras mundiais do tesouro
estrelado do seu olhar,
onde cadáveres no colorido da tristeza presente
se despendem dos que ficam,
na ansiedade das lágrimas que secam,
nas palavras recitadas como preces não respeitadas
Um dia espero acordar desse sonho louco e viver no abrigo
da eternidade sem resposta,
não muito longe daqui,
só dos analistas que demoram a chegar,
procurar um sorriso alegre e estreito,
amanhecer na profundidade, emocionado na paz
que queria eu, chegasse logo no meu céu estrelado de destrezas.
TCintra