Televisão onde passa tudo,
não passa nada que a hora,
em êxtase nos proporciona,
fico mudo, nada presta.
Televisão ligada durante
o choro da criança,
a alegria na hora do jogo;
ligada sem hora, dia e noite,
me deixa cada vez mais burro.
Televisão de mentiras,
filmes e series vistos anos atrás,
sessão de tardes que não voltam mais,
amado e odiado em guerras de outros mundos.
Televisão do Tião da esquina,
do Chico da borracharia,
da Maria do salão
do Carlão eletricista,
que queima comida
quebra rotinas de qualquer cabaré.
Televisão que jamais desliga,
contempla vícios lícitos e ilícitos,
no dia a dia de toda a família
de todas as classes sociais ou não.
Televisão que nada ensina,
filtradas na fome dos controles remotos,
sem som, transitado por todos os lados,
onde se acorda sozinho, sem vida, pés descalço,
coerente ou não sem pedir perdão,
apenas seres transformados em marionetes.
TCintra