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Tarde Azul

 
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Tarde Azul

Talvez, as incertezas lhe tirem a calma
e ainda a façam ver
as picardias e suas geringonças.
Eroticidade fecundante de um coração torto
indecifrável e amorfo.

Neste sentir um pouco turvo
tal e qual um bife que se come cru
ao olhar um horizonte curvo
e ver uma estranha
tarde azul.

Porem na susceptibilidade das doenças da
tua alma, vertem-se em teu sangue
a deliciosidade da imprecisão e a eloquência
tensa da carne.

Neste abraço uno e unicamente carnal
toda a divindade pousa na matéria, em uma
loucura tênue e inebriante e em atos
libidinosos regados a Chivas Regal.

Ai de mim, que de longe
e por azar,
assisto a este banquete surreal,
respingos de um esperma humano
que em um desengano pleno
salta-me ao olhar.

Alexandre

 
Autor
montalvan
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