Abri, de repente, minha mão
E vi um sol no centro da palma.
Meus dedos eram cinco raios
Estrelados de tal maneira
Que percebi que tinha na mão
Uma pequena constelação -
Constatação de Copérnico.
Ao mesmo tempo notei
Que meus dedos poderiam
Ser satélites-bastonetes
Bastonetes-bactérias
Artérias de Ártemis
Numa noite em Savona
Aos beijos com Sabina,
A sabida e sempre querida,
Que mora a uma légua,
A uma queda de pena
De mim.
E agora sou rei celta,
O astro-rei entre dois universos
Rodeado de outros astros
Por todos os lados
E por dois planetas-anões
Que soltam gêiseres de gelos
Secos, porém não são vistos
E nem ouvidos por astros nenhum.
E agora eu sou centro de galáxias
Que giram em estranhas aspirais
Inspirando astros maiores e até
Aos planetas nanicos que se dizem
Ser inimigos do fantástico astro supremo,
Ou seja, eu mesmo.
Inflo o ego e solto bolhas sobre
A superfície lisa e fina das águas,
Minha casa é minha escrita que irradia
Meus dedos-raios por entre pôneis
E cavalos, entre camelos e dromedários,
Entre bananas e bactérias.
Meu poema é sistema intergaláctico
Que percorre as fibras óticas e as do
Mais diversificados corações ( inclusive dos dois planetas-anões). Por isso, meu caro, talvez seja caro a tua turva visão
Já que não tem um astro nem mesmo na planta do pé ( quem dirá na palma da mão?)
Com outros astros para abrilhantar o teu pequeno e gélido...uni(verso)!
Gyl Ferrys