Procuro você,
nas ruas, nos bares,
nos bordeis, nas esquinas,
dentro daquele carro que passa,
dentro dos meus ideais de vida quase vivida por nós.
Procuro você,
naquele chato fantasma que habita nosso ridículo original,
no Monte Carlo da minha cidade perdida,
na lua cheia que brilha seu caminho,
na chuva que lava seus pecado e sua alma.
Procuro você,
no disco de vinil que agora ouço,
na carteira de dinheiro vazia,
na lanchonete, no cinema assistindo Greese,
nas águas cristalinas daquela piscina de onda
que deixamos abandonado no parque da cidade,
na maquina de escrever onde penejo este poema.
Procuro você,
dentro do meu coração,
dentro das emoções de meu dia a dia,
na minha ilusão,
no nosso amor não assumido,
mas assustado por não poder acontecer,
Procuro você,
no empréstimo compulsório da minha existência
dentro de minhas utopias que não tem nenhum defeito grave,
nos olhos que se mostram encantado,
na sua boca calma que não se silencia por falta de perdão,
na sua alma transcendental que olha pra você e diz adeus.
Procuro você,
no Deus que ainda não consegui encontrar,
no silêncio que insiste em me aguentar,
nos meus prantos que ficaram preso no Planalto Central
onde ali se encantava com sua fotografia.
Procuro você nos meus sonhos,
nas pipas que voam sem precisar
do vazio das avenidas, na noção de limites,
nos meus desabafos e desafios que ainda irei conhecer.
Procuro por você em todos e com todo cuidado
que só um amor de Lia pode suportar.
TCintra