O som das facas atravessa a ponte onde negas amor.
(Falas ao vento?)
Esqueço-te
num concerto
de orquestras.
...
Baile na rua
A batucada desliza na cintura.
Rodam as saias nas curvas sinuosas.
O baile da rua celebra o sol.
Apaixono-me.
Dobro-me no ar.
Mergulho rios
que nascem
na alma.
Encaixo
a mão
no peito.
Mastigo
a poesia.
Sugo o sumo
dos cáctos.
Amanheço.
Vagalumes
adormecem.
...
Quero mais
espaços nas ruas
para cantar o amor.
Abro janelas e portas.
Liberto.o desejo
de estar na ópera Turandot.
Fale-me de encantos
nas salas
do mundo.
Seria bom te encontrar cheio
de ternura
a me dizer:
Olá, querido!
Lembro-me
das tuas mãos entrelassadas
no vazio.
Converso com almas de artistas
atrás do cenário.
Ilumina-se a vida.
Todos merecem
a liberdade.
Desperto antes
de abrir a boca. Espalho-me
no mundo.
Celebro a minha essência, contorno espaços, desafio destinos, fantasio amores.
Deverias
olhar a paisagem
e ser parte dela.
...
Imagino as mãos
no peito dentro
da camisa
de linho.
Sou a mesma criatura quando ouço: pare!
Eu paro e nada falo.
Quem me fará feliz?
Há luz na alma
que renasce.
Poemas em ondas deslizam nas águas.