Cuspir no chão,
Escarrar da alma o veneno
E tossir o sangue epiceno
Que traz uma tuberculose infecta
É preparar-se para o manjar dos corvos.
Vomitar no soalho de cerâmica,
Urinar do íntimo a podridão
Que putrifica nas veias a saúde
É aguardar o vexame do coma
Que levará à campa uma vida satânica.
Defecar num tapete persa,
Lambuzar o âmago do pus amargo
Que nauseabunda a ferida gangrenada
É o apêndice de uma enfermidade eclética
Que deixará no sepulcro uma anatomia tétrica.
Encher o ambiente de gases intestinais,
Abrir a boca para o hálito impuro
Que sufoca do olfato o orvalho pestilento
É amordaçar o esqueleto oblongo
Na morada última de uma sepultura perpendicular!
DE Ivan de Oliveira Melo