Poemas : 

O Coração Do Poeta

 
Pela paz dedilhada do aconchego
Lá donde repousa trôpego pássaro
Que, de vez, foi expulso do Parnaso
No primeiro dos atos de um deus grego...

Da mesma forma ocorreu ao palhaço
Que não trazia no semblante sorriso
Ficou descolorido o triste circo
Não mais nasceram flores nos campos de aço.

E os rios se tornaram tão perenes
As manhãs não foram beijadas pelo solar lume
A passarada, tristonha, em harmonias solenes,
Deixaram ao relento seus rebentos implumes.

Os eflúvios das rosas perderam seus perfumes
O orvalho pela relva se dissipou na madrugada
E o coração do poeta que nunca acha pousada
Lambe as feridas em outras plagas... como de costume.



Gyl Ferrys

 
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Gyl
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