A CASA GRANDE DE CORES SUAVES
Lindos jardins, todos floridos,
engalanam as risonhas ruas,
para trazer um sorriso aos amigos,
e pernoitar no manto das luas.
Cantam os pássaros alegremente,
esvoaçam as andorinhas com graça,
e todo o mundo parece contente,
sentados nos bancos da praça. ^
Os sinos da igreja tocam a finados,
lembrando quem já partiu,
e todos ficam deveras confinados
ao adro… pelo que se ouviu.
Crianças de enternecedor olhar,
fascinam-nos com sua macia infância;
e é vê-las juntas a brincar,
seguindo regras de militância.
A casa grande tem bambinelas,
de cores suaves e delicadas;
dão para o rio, como sentinelas,
de rendas ricas são elas bordadas.
Da minha janela vejo os namorados,
agarradinhos como mais ninguém.
E eu fico a vê-los enlaçados,
como quando se ama alguém.
Do meu amor tenho a recordação,
a alegria de tê-la (?) comigo;
e bate descompassadamente meu coração,
no poder sonhá-la tê-la por abrigo.
E neste entardecer sublimado,
tudo está conforme e é ameno;
e eu vivo a natureza apaixonado,
de semblante tranquilo e sereno.
Jorge Humberto
16/06/11
Santa-Iria-da-Azóia
“Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia”.