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Justo, o proseador...

 
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Justo era um homem simples,
tipicamente do campo,
jeito pacato e bom de prosa

Quando falava prendia atenção
os olhos pequeninos saltavam
da órbita como cometas

Justo era um homem bondoso
quase nada tinha, era pura
generosidade com alegria

Quando um dia não se via
a doce figura chegar à Vila
os camaradas silenciaram

Justo caído junto a porteira
tivera um ataque cardíaco,
enquanto já entardecia

Quando surgiu uma mão
vinda lá não se sabe donde
e cuidou do pobre homem

Justo era assim na terra,
como no céu, já chegou
fazendo Pedro rir, coisa rara

Quando teve licença celeste
tomou expresso asteróide
e apareceu do nada, na vila

Justo não entendia
porque agora o povo fugia
ele com baita saudade

Quando surge, de repente,
um menino que declamou
um de seus velhos poemas

Justo sentou-se ao banco
escorreu lágrimas de luz
e disse que era feliz...

E quando o povo curioso
perdeu o medo, foi chegando
e pedindo pra ele prosear

Justo então sorrindo
hesitou, cantarolou uns versos
junto ao coro de passarinhos

Foi quando o menino disse
Justo está na hora do expresso,
é só um até breve, pessoal...

E lá se foi Justo, ao poente,
estrelas faróis no horizonte,
adentrar o espaço-tempo...


AjAraujo Alberto, escrito em 17/10/2020
Imagem: Vincent Van Gogh, autoretrato.
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 22/10/2020 18:01  Atualizado: 22/10/2020 18:01
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Usuário desde: 14/08/2018
Localidade: काठमाडौं (Nepal)
Mensagens: 2241
 Re: Justo, o proseador...
Muito boa história/poema. Além do belo texto, tiramos a lição que muitas vezes as pessoas têm medo do que desconhecem, ainda que lhes pareça familiar... Abraços fraternos.