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Átrio

 
Tags:  poema    poesia    sacro    barragem    hidraúlica  
 
Descompassa o verbo
na água que inundou a madrugada
naquela que relampagueou tornada de lá
de além
em liturgias de palavras
caladas
mudas.

Incensa a alma em turíbulo sacro
atravessa nua o verbo
coberta em brumas
das galerias
até ao átrio
imenso
e não se encontra
...hidráulica.
A barragem não comporta o peso
a espuma barrenta d’agonia.
Transpõe e pula, revolta, margens dobradas
nos dias em os dias que se esqueceram de si.

No átrio
ecos
chamamentos de passos sistinos e sons de sol
e luz de sinos
e o ocre e o barro violento
e a enxurrada parada em folhas em troncos
em sacos
serapilheiras rotas de sementes
outras
da árvore que foi e que, alagada, não nasceu.


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Autor
Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 21/04/2008 09:09  Atualizado: 21/04/2008 09:09
Colaborador
Usuário desde: 24/09/2007
Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: Átrio
os teus poemas contêm sempre bonitas imagens.
gostei deste poema, não em particular pq gosto de todos os q escreves.
abraço.
ah, em relação à revista, pouco tenho a dizer, estamos no inicio, por isso o teu nome com a tua contribuição é mais um passo.
envia-me textos (2 ou 3, para a 1ª edição) para o meu e-mail s.f.f.

outra coisa, a revista não tem fins lucrativos.

obrigado