E as vagas ondas da praia,
Tristes por terem passado,
Contemplando a areia num tom apressado,
Junto a um cais que as ilumina…
Gostaria de ser um cais,
E iluminar assim as ondas do teu cabelo,
Ou talvez ser o vento, para ouvires os meus ais,
Pudesse eu no fim, ser, senti-lo, tê-lo…
De dia, murmurava baixinho,
Junto ao teu ouvido…
De noite vagueava errante
Por um qualquer caminho,
Em felicidade perdido…
Sei que se o tempo,
Pudesse ser parado, ou esquecido
Tão grande seria o alento
De cada instante.
Pois passaria a ser sentido
Muito além de cada momento
O morrer da saudade…
No fim,
Pudesse eu ser o tempo,
Abraçado à eternidade
De te ter em mim…
Paulo Alves