Quantas vezes triste
Me fez sentir a poesia,
E lágrimas então sentia
Correr, como um rio sem fim…
Quantas vezes me viste
Chorar em vez de sorrir…
E escrevi, sim escrevi, os prantos
Da alma que chorava,
E a escrever, me acudiu a esperança,
Cobrindo o peito de flores,
Com palavras onde falava
Com a voz de todos os amores,
Outras apenas momentâneas em que a calma
Se viu em mim…
Escrevo, sim escrevo,
Quando me aperta a incerteza,
E desejo então chorar,
Sentindo em febre a dor…
Escrevo, sim escrevo,
Não por amor,
Mas por tristeza…
Paulo Alves