Não te declares de forma que eu imagine que me amas
Sei que não, sei que és abandono, que és como o vento
Que escorre sem deixar marcas, sob o azul destes céus
Não me prometas nada, pois sei que nunca vais cumprir
Sei quem tu és, por mais que me jures que está mudada
As flores por onde tu passaste não têm perfume ou cor
O teu caminho é agreste e orlado de árvores sem fruto
Tuas distâncias são medidas por teus desejos da carne
E assim na estreiteza de teu sexo tudo mais é só drama
Segue, pois, em teu silêncio de deserdada estrela caída
Adeus, de ti nada quero, nada quero do que tens a dar