HÁ UMA VOZ A DUAS VOZES
Há uma voz que consente a mentira
Outra que é omissa e desigual
Tudo quanto constrói a outra mão retira
E persistem em dizer que tudo é igual.
O branco, diz este, aquele outro tira
Do preto, o ímpeto primordial.
Se no mundo há gente que delira
É porque algo não está bem, no mundo actual.
A cada novo dia o mundo é um animal
Que devora tudo quanto é doente
Como uma perna com gangrena: é factual…
Fácil para o predador morder a cervical
Da presa derrubada e dolente
Caída na areia do deserto- imparcial.
Jorge Humberto
12/09/20
Santa-Iria-da-Azóia