Minha terra não tem dono
E também nunca terá
Talvez a prefeitura um dia
Esse belo poema lerá
Nossa rua é de terra
Nosso vizinho é traficante
Meu pai é endividado
Minha mãe tem um amante
Sempre nos perguntamos
Se no fim do mês faltará
Minha terra não tem dono
E também nunca terá
Na minha terra, todos armados
Para por lá poder andar
A polícia civil não tem força
Muito menos a militar
Todos perdemos o sono
Com as balas a atirar
Minha terra não tem dono
E também nunca terá