O inverno traz um frio que arrepia
E, tiritantes, fica-se a bater os dentes
Enquanto os corpos se tolhem e sentem
Pontiagudas dores de enlevo e agonia.
Tremem-se os novelos da angústia tardia
Onde se recolhem frêmitos que são quentes,
Os ventos assobiam e regularmente mentem
Deixando na ogiva, gelos de contraste e ousadia.
O tempo é o mentor desse constante desvario
Que, em ondas, atropela o éter marinho
E singra das procelas, o sacolejar das nuvens...
As mentes adormecem sob influxos de preguiça,
Acobertam-se de grossos tecidos que ora se enguiçam
E fomentam os ardores que da atmosfera surgem!
DE Ivan de Oliveira Melo