Dia de calor, sol forte batendo no meu rosto branco como neve, pálido de solidão. Peito doido fico a espera de algo que não sei bem o que é; transo mil e uma coisas para poder não pensar em nada, para não poder pensar na minha imaginação. Nessa pequena sala de trabalho, em um Ministério qualquer, em uma Esplanada sitiada, dedilho na maquina de escrever, tento esquecer o vazio que em mim se alojou. No rádio de pilha onde só toca musica, que horror, não consigo entender o significado, a mensagem que querem passar. Cigarro na boca, tragada forte, penso na minha ociosidade como um mal estar, vomito naquele banheiro sujo e mau conservado para não mais chorar. Pessoas transitam pelos corredores neste insano ministério tentando achar motivos para esse transitar frenético. Cachorros nas ruas latem com medo de outros animais que somos nós; o telefone não toca, esqueceram que existo! Esqueceram de mim! Ou pesam que não sou nada, que não pertenço a este mundo, que merda!! O sol la fora em cima dos prédios, continua forte queimando cérebros podre, cheios de excrementos que poluem pessoas inocentes, que não sabe o que fazem aqui neste mundo. A porta da sala se abre para dar cumprimento a mais um dia de rotina, cheios de males e tempos perdidos. Amanhã será mais suave, a podridão do mundo hoje não mais existirá. Não quero pensar agora, só quero querer superar esse estado de espírito que consome minha alma e meu ser; eu sei que conseguirei, só depende de mim e de mais ninguém, como sempre dependeu, quem viver vera basta querer.
TCintra