VIVE DE VIVER
Agulhas de um pinheiro aguçam-se ao sol.
Ondulando nas árvores assemelha-se a um lençol.
Como cão sem osso num deserto intempestivo
Onde a areia do nada, periclitante, é pouco apelativa…
Corri mundo; na memória algumas fotografias.
E ali, na estranja, o “Olá”, fazia os meus dias.
Meus pais, que me educaram bem, eu não iria
Desfraldar, valores repetidos: que sim: que pedia.
Resta-me sempre o rio p’ra onde o Tejo corre.
E é nas águas de nossos corpos marinhos
Que a vida procura a vida: o tudo quanto morre.
Há quem ande atrás de ilusões e se olvide de viver.
A relatividade é tão só uma forma de espartilhos
Que apertam quanto mais nos mexemos: a perder.
Jorge Humberto
28/08/20
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