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Rogério Beça | Publicado: 28/08/2020 09:29 Atualizado: 28/08/2020 09:29 |
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Re: SEM ESPERANÇAS
Poema assustador e actual.
Tem bastante engenho que dá ao lado formal e estrutural ainda maior valor. Há uma ironia que faz ligação do apelo ao pouco, ao ser comedido, e o critica ferozmente, mas com o recurso ao pouco que apela. Não fosse o ponto de exclamação no último verso, quase caía na conversa, meio fiada, do "vamos ser os certinhos do futuro" (parece conversa de ditadura). Contudo os tempos a isso obrigam. O distanciamento social é a diferença entre os grupos de risco viverem ou morrerem. Mas apenas no presente. O futuro tem de libertar-nos, para sermos fraternos e próximos, como éramos até há bem pouco tempo, com destemperos e assimetrias sociais (somos demasiados, mas temos todos direito à vida). Um soneto dos bons. Obrigado irmão |
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