O comunismo deu e dá argumentos aos fascistas.
O nazismo é uma forma de interpretação e de aplicação à letra do marxismo-leninismo, mas pelo lado do capitalismo, legitimados pela lógica da luta de classes.
Aliás, os partidos comunistas, mais pelos princípios e pela doutrina do que pela prática, não só inspiraram os movimentos fascistas e "legitimaram" o nazismo, como lhes deram razões para existirem.
Historicamente o fascismo é um reflexo/espelho/réplica das teorias marxistas-leninistas.
A política e o futebol e as religiões padecem do mesmo problema de os partidos, clubes e igrejas, não estarem interessados em justiça, ou direito, se isso não lhes der jeito e vantagens.
A humanidade está refém desta lógica do egoísmo e da esperteza, deste determinismo "invencível", desde que sinta alguma onda de ameaça. E há especialistas que, sem encontrarem obstáculos, se dedicam a gerar estas ondas.
A democracia, para funcionar, deveria impedir isso, que partidos anti-democráticos, que preconizam a violência e a desigualdade e o racismo e o chauvinismo e a xenofobia...pudessem candidatar-se a lugares no parlamento. E deviam responder por ataques ilícitos, não apenas à democracia, como à Declaração Universal dos Direitos do Homem e à Constituição da República Portuguesa.
E devia haver um controlo, explícito e expressamente assumido pelo Estado, das pessoas e dos grupos que ameaçam a democracia e os valores do Direito. Essas pessoas e esses grupos deviam ser identificados e, se necessário fosse, chamados a responder pelos seus actos, nomeadamente, apresentando provas de cidadania.E não estou a pensar apenas nos desgraçados dos "sem abrigo", estou a pensar em elites.
Pela via democrática, um dia poderemos ver fascistas, comunistas, cristãos, ateus, muçulmanos, etc., a imporem a sua ditadura. A democracia não deve ser a porta para qualquer tipo de ditadura.
A democracia não deve conter em si mesma a possibilidade da sua negação.