Fechei o baú das recordações,
evacoei a casa,
tranquei a porta da sala, fiquei,
fitei, escutei,
pontapeei a tua voz para longe.
Parti a ausência ao meio, liquidei a tristeza e manusiei a falta.
O espaço é o eco simplório que balança nos cabelos da falta, uma voz que se desprende do vazio das palavras. Foste tu a quebrar o ar e eu a ouvir-te. Foste tu a sacudir dos ombros o riso e eu a sorrir-te. Agora não! Não me venhas falar do amor que não se tem como se existisse na tua boca, na tua garganta, nas tuas entranhas.
Se voltares quebro-te a voz e as palavras, mudo-te o silêncio!
Soltei os cães da minha vida para que te comessem as palavras,
não quero ouvir mais nada,
não grites!
Pára!
Ao longe soltasse o vento do teu gesto.
Aragem fria... tarde incerta.
A minha saia é rodada pelos teus braços, cravei o movimento absurdo dos corpos que se agitam num abraço. Abraços são fases da vida que não se conseguem modificar, eu quero mudar, quero viver, renascer, morrer se preciso for, ter asas e não te ver.
Voar é mais do que ter asas é largar as preocupações.
Não me venhas falar de amor, logo tu.
Não!
Já respirei demasiadas vezes a tua voz,
já perdi. Já venci!
Sou eu, a vencedora sou eu!
Vai...
Entre o que é meu e o que é teu há um doce ensejo.
Jogo as cartas todas na mesa, nada tenho a esconder.
Se for alguém hei-de conseguir suportar.
O trunfo é meu!
. façam de conta que eu não estive cá .