Poemas : 

Sangue verde

 


No chão de cicatrizes o vento varre flores. Sigo rastro de pétalas que não dão afeto pro caminho. Sinto a saudade do vento verde e meus pés desnudos lembram tristes da sombra dos Ipês refrescando o destino
com promessas de raízes e sementes.
Sem destino vou, que meus pés não querem parar. Não enquanto o céu espalhar no ar o canto do sabiá. Sabiá que voa livre, pousando de rama em rama. Terra aonde a seiva escorre doce das mãos do homem que ama.

Amanayara

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É meu corpo que escreve os meus poemas.
Minha alma é a sucursal da minha mão.
As palavras me buscam no silêncio.
Palavras são estrelas que reclamam
o papel branco: céu, constelação.

(Os Poemas - Lêdo Ivo)

 
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Amahnaiara
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 07/08/2020 21:32  Atualizado: 07/08/2020 21:32
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: Sangue verde
Boa noite Amahnaiara, parabéns pelos vossos envolventes versos reverenciando aos elementos da natureza que circundam ao nosso cotidiano, um abraço, MJ.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/08/2020 22:08  Atualizado: 09/08/2020 21:33
 Re: Sangue verde ?

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 09/08/2020 04:53  Atualizado: 09/08/2020 04:53
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Sangue verde
Tens de falar com a administração e recuperar o domínio do teu perfil.
Efectivamente estiveste muito tempo fora.
Lembro-me, vagamente, de que te comentava com alguma regularidade.

Posto isto e agradecer o retorno, o verde é um pouco maltratados em certos momentos. Em Portugal se fores do Benfica ficas logo com alergia assim que os vês.
O verde como metáfora para inexperiente tem dois lados. A imaturidade da raiva, da impaciência, da intolerância, e a esperança, a possibilidade de aprender e o futuro maior.

"No chão de cicatrizes o vento varre flores..." que delícia. É de livro. Começa o primeiro parágrafo cicatrizado (feridas bem fundas dão cicatrizes medonhas).
Se gosto de Sangue Verde (parece uma alusão estranha ao sangue azul da nobreza) porque me parece mais vivo e agitado, dares ao vento uma cor parece além da metáfora supracitada, uma personificação.

No segundo parágrafo voltas a falar dum tema que a filosofia e a poesia já deram voltas e voltas, mas tomas o partido dos sem-destino. Há um anti-determinismo que partilho, não só a nível poético.

"...vou..."
Esse ir indo, sem credo no destino, mas por compulsão ditada pelos próprios pés, é de louvar também.

Como já escrevi acima, bom reler-te.
Gostarei de ler material novo.
Vou colocar-te nos favoritos com o outro perfil. Se conseguires regularizar a situação avisa, para retirar dos favoritos um deles.

Abraço