Enviado por | Tópico |
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Alpha | Publicado: 05/08/2020 12:16 Atualizado: 05/08/2020 12:16 |
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Re: inimigo-irmão
Numa dúbia deambulação
Onde se adelgam sentidos Da vida, fazendo equação Em seus braços impelidos. |
Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 07/08/2020 10:23 Atualizado: 07/08/2020 16:53 |
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Re: inimigo-irmão
Duas partes distintas nos apresentas:
Os primeiro oito versos, ou seja, a primeira estrofe é de desejo. Um desejo quase contra-desejo. Explico, no primeiro o sujeito poético bebe. Há uma sede que leva a que beba. Ou talvez seja apenas uma questão de gula. Ou vício, de licor. A quietude pode ser muito, muito doce. Relaxante. A verdade, é que em diversas fases da vida a sede de silêncio é avassaladora, e como é uma forma, por vezes, de paz, nunca se sacia. Nem a paz, nem a sede de quietude. A palavra quietude, para mim, tem uma incerta beleza... "...no primeiro gole, ápice ocorre neste imediato, desperto..." A sensação de alívio dada pela quietude é imediata e intensa, assim como o desejo de permanecer. Descansa em paz, é a última mensagem numa lápide. Na segunda estrofe, um pouco mais descritiva, reparo que, ao nível formal, foi mais trabalhada. As aliterações foram repetidas em algumas palavras, dando-lhe sonoridade. Mas ela fala da vida e além dela, da vivacidade. Essa sonoridade, colocada de modo inteligente, contrasta com a da primeira estrofe. "aguça-atiça, forja-ferve, exercita-excit-ação"" são, com as rimas em ão, as aliterações que me despertaram a atenção. Coragem, percepção, força e sangue, tornam o poema vibrante, como aparece no primeiro verso. O título, também, é um claro oxímoro que entra com tanta facilidade nas nossas vidas, e no quotidiano... Gostei. Obrigado bj |