Aos Deuses
Em dia nublado
do novo outono
o trabalho
me aguardava
os projetos
das novas casas
das novas salas
meu detalhes
de muitos reais
nos quais nem
mesmo eu
poderia bancar
me aguardava
o dia era
e podia sentir
no próprio ar
um dia
onde a morte
vinha e
poderia te pegar
Mas, em dias mais difíceis.
foi onde me pareceu
a mais bela rainha
a sinhazinha
onde o acinzentado
dos céus
ganhou cores
as arvores balançaram
como dançarinas
e em suas nuvens
estrelas, barcos
pássaros passavam
e voavam
dentre os muitos
prédios ao longo
da avenida
em uma esquina
daquela popular
e famosa padaria
onde meu guarda-chuva
com o vento
onde batia seu cabelo
virou...
pude notar
não como mais uma
mas como a única
em seu olhar para o outro lado da rua
onde não passou por mim
pude ver
e até descrever
a sua vida
e nos imaginar
juntos até a velhice
nos pegar
em uma varanda pequena
e singela
de jeans azul
blusa marrom
cachecol preto
ou tom do mesmo gênero
carregava uma pasta branca
com livros espessos
e com lenço rosa
onde se destacava
seu rebolado
não era igual
nunca vi nada
parecido e mesmo
se procura-se em cada
mulher não acharia
era perfeito
com a mais perfeita
delicadeza
caminhava
desviava dos buracos
das arvores
e mesmo assim
com a mais perfeita
delicadeza
estava eu
enfeitiçado
caminhando a metros
a trás da mais
perfeita princesa
rainha
donzela
condessa
e os mais perfeitos
adjetivos
que não sou capaz
de me referir
com o vento
aquele que me apresentou
a minha rainha
derrubou aquele lenço
rosado que provocava
o seu contraste
de cores
o derrubou e
o fez gingar
no ar
onde pude pegá-lo
e
entregá-lo
era o destino
sendo amigo comigo
era os deuses (se é que existem)
sendo bondosos
corri ao seu encontro
a chamei
como me pareceu conveniente
virou a mim
em seu olhar
em seus traços finos
seus cabelos compridos
me perdi
nas mais imbecis
palavras e fala
onde ela me agradeceu
e caminhou
e eu parado
sob a chuva
permaneci
caminhou e desapareceu
e eu permaneci
simplesmente
permaneci
obrigado deuses.
Seria bom demais
Para mim.
CB
Não Tente