Quem pensa no preto lembra as trevas...
Tudo parece não existir ao sabor da escuridão,
As toxinas do ambiente tapam toda a visão
E o mundo torna-se cerração do obscurantismo.
É como se o nada existisse e a vida fosse bruma
De tal forma que o dia seria uma alegoria utópica.
Manto de uma cegueira que causaria melancolia,
Vestígio obcecado do vazio, turvamento existencial
De uma sobrevida centrada numa total ablepsia
Sem sombras que pudessem acolher pensamentos.
Noite sem estrelas num céu carcomido pela caligem
Assintomática da penumbra em atrito com o sinistro,
Horas sombrias dum mar metafísico e pardacento
Em que o tempo abaçanado por reais circunstâncias
É capaz de produzir a mais bela das cores: o negro!
DE Ivan de Oliveira Melo