Ao longe observo a nave, sua chegada acomete precipitação no solo, poeira e demasiado vento. Externamente intacta, suas características e versão tomam a minha atenção. Visto o traje e tento me aproximar, o calor é imenso e a atmosfera já prejudicada dificultam a minha aproximação, mas insisto. Por entre os fortes ventos de material suspenso, o meu macacão esquenta e apresenta fissuras, tento me proteger para chegar até você. Chegando até você, fico aos seus pés, dentro desse emaranhado de armamento de inox, vejo seu rosto olhado, vidro por vidro, tocamos as mãos através das janelas. Tento mil formas de comunicação, até que me resta com o telescópio formar a sua letra. Ainda sabemos o que ela significa. A saudade uma palavra do nosso contínuo dialeto desde que você teve que partir, salta pela minha boca.
Querida A, a minha atmosfera embora a mesma, tem em seu solo a marca da sua partida, as frenagens, e os destroços todos empilhados sob uma malha interplanetária. A minha velha sonda utilizada para rastrear não emitia nenhum som a muito tempo, já não imaginava nenhum contato. Ao ver você pousar, tive medo que arremetesse, tive medo de me aproximar, receio que tivesse perdido seu código-fonte, mas aí está você, seu campo magnético me reaproximou.