Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor]
Hoje, este poema escrevo, usando um pouco de amor
Uma pitada de saudade, uma folhinha tenra de doçura
Uma colher de café, com toda amargura de uma dor.
Uma grama de sal, das lágrimas choradas com loucura
Preparo a massa, com as batidas descompassadas
Deste meu coração, já cansado, de tanto sofrimento
Tiro da mente um pedacinho do tablete de fermento
Misturo tudo, e coloco na forma, em finas camadas
Pincelo, de forma suave, para fazer uma cobertura
Levo ao forno, desta febre infernal, para poder assar
Sento para esperar , enquanto me lembro com ternura
De um tempo que já se foi, aonde eu podia até amar.
Hoje, me sinto pela vida esquecido, jogado em um canto
Enquanto, no forno da vida, estou assando, esperando...
Olho para meu forno, e meu bolo assado, quase queimando
Retiro espero esfriar, provo, e vejo que acertei o ponto
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