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Tornar-me-ei invisível!...
Apenas dentro d'alguns
corações sensíveis, raros,
inflados de sentires vários,
lembrar-se-ão do que sei,
escrevi, compus e cantei...
Quando tudo for desfeito
pelo temporal caído, abrupto,
das nuvens cumulus nimbus;
plúmbeas serão as lembranças
de tudo havido outrora, recente...
Esquecidas, sépia, apagadas,
lentamente fugidia pelas
entranhas do chão...
Quiçá, haverão rastros
temperados com leves
e breves recordações boas...
Assim é, ao se perceber,
qual um barco abandonado
na areia, corroído pelo salito...
Um aqui, outro acolá, irão
tecer um imagético texto de despedida,
que alheio, deixar-se-á voar
livre, navegará suavemente,
até que o tempo razure as
memórias; desfazendo-se
definitivamente no cosmo.