No quarto escuro da tua Ausência
tranquei meu coração magoado,
fechei as janelas do cansaço
e adormeci na cama do silêncio
onde morro desde o dia em que
nasci!
Aqui a vida respira-te ...
Meu corpo navega-te por dentro ...
Há espadas afiadas e punhais
pontiagudos nos meus olhos ...
É inútil o desespero de esperar-te.
Aqui as mãos são de sangue!
Abre-se em frente a mim um mundo
oculto de espanto e é palpável
o inefável de sê-lo.
Aqui os olhos são de água!
Desnuda-te e lava-te nas minhas
lágrimas ...
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro