Como era no principio
tudo se fez carne,
o verbo infinito onde o poder
do superior imita a arte
no amor, ao próximo,
se transforma em vinho,
sangue do meu sangue.
Sempre na procura
do prazer mal tipificado,
dois mil anos depois da cruz,
buscando nas mulheres
o cordeiro dentro de seus ventres.
O milagre que veio da luz,
transformado em partículas eucarísticas,
sobre o olhar dos incrédulos,
busca sentido no coração partido
em uma santa mãe apunhalada no coração
por um amor que o mundo não correspondeu.
Por fim, o adeus
no destino que parte em migalhas
como pregos martelados no madeiro de sangue,
espinhos na fronte dos olhos em transe,
sem dizer nada,
nem porque...
simplesmente... silêncio... dos inocentes,
negado por três vezes,
a confirmação de muitos,
na loucura da crucificação.
TCintra