Poemas : 

OITENTA MIL

 
OITENTA MIL
Oitenta mil vozes se calaram...
Nenhuma palavra de conforto.
Nenhum grito de gol.
Nenhum feliz aniversário.
Nenhum bom dia ou boa noite.
Oitenta mil vozes se calaram.
Oitenta mil rostos deixaram de sorrir.
Cento e sessenta mil olhos deixaram de brilhar.
Cento e sessenta mil braços nunca mais vão abraçar.
Há uma cadeira vazia em oitenta mil lares na hora do jantar.
Oitenta mil empregados deixaram de trabalhar.
Milhares de mães choram seus filhos.
Milhares de filhos choram seus pais.
Oitenta mil...
Oitenta mil covas plantando gente.
Oitenta mil que deixam saudades
a outros tantos milhares que ficam.
Oitenta mil.
Não oito.
Não oitenta.
Não oitocentos.
Não oito mil...
Oitenta mil. (Proteus).

 
Autor
PROTEUS
Autor
 
Texto
Data
Leituras
417
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
2
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/07/2020 13:15  Atualizado: 23/07/2020 11:18
 Re: OITENTA MIL enterrados em chão duro
Oitenta mil testemunham o que digo "amigo" Ricardo (feliz dia dos "amigos"), oitenta mil (que não fiquem calados os que escutam as vozes dos enterrados ainda vivos e dos mortos, bem mais de mil nas valas comuns dos déspotas deste mundo )

Open in new window