Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 14/07/2020 17:09 Atualizado: 05/08/2020 12:00 |
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Re: morremos em pedaços
Quando era médio-adolescente (aos 15) e a perturbar-me com poesia, e a medicar-me com poesia, uma vez escrevi algo que soava assim:
"viver é morrer aos bocados" E de repente ao ler-te este minimalista, que sofro por fazer em condições (temos isso em comum), veio-me à lembrança. O teu avança um pouco. Ele diz, na primeira estrofe, que nascemos inteiros. E que o motivo é nada se saber. O saber, tem de ser fraccionado para o podermos deglutir. A assimilação é árdua. Os "...pedaços..." se forem muito grandes podem levar a engasgos e à morte. Convém então partir o saber em pedaços muitos pequeninos para mastigar bem e assimilar. Leva a vida toda. Ou come-se em bocados maiores e há certos saberes que perdem sabores. A resposta é sempre fraccionada. Há muita informação que é eliminada. Há uma personagem do livro ficções de Jorge Luis Borges, chamada Funes, o memorioso que nunca esqueceu, não podia. Morreu, a lembra-se de tudo quanto vivera e antes de chegar à idade adulta. Esquece lá isso. bj |
Enviado por | Tópico |
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Alpha | Publicado: 14/07/2020 20:05 Atualizado: 14/07/2020 20:05 |
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Re: morremos em pedaços
Esta equação dá que pensar
Pelos mais variados motivos Na vida andam a representar Não passam de mortos vivos. Beijo |
Enviado por | Tópico |
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ZeSilveiraDoBrasil | Publicado: 16/07/2020 19:04 Atualizado: 16/07/2020 19:04 |
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Re: morremos em pedaços
...e por não saber-se inteiro, muitas vezes nem vive-se em completude...
arrependimentos e perguntas deambulam ao tempo todo...e; "morre-se sem obter respostas inteiras" meu abraço caRIOca |