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Quisera eu a potência de um astro
O rastro incandescente de um cometa
Sobre um planeta no tempo-espaço
Deixando no vácuo o pó das estrelas.
Quisera eu que fosse um rio fantástico
Num pleonástico andrógino e gigante
Retumbante fosse este rio e mágico
Um quadro genial do genial Rembrandt.
Quisera eu um verso único e jônico
Um navio titânico frente ao iceberg
Que se perde no oceano Atlântico:
Quimera d'um cineasta que mais pede...
Quisera eu dos vegetais a mórbida mudez
A tez das moças um tanto vergonhosas
Das rosas os perfumes que a Natura fez
A sensatez serena das sábias senhoras.
Quisera eu um poema que fosse um recado
Para o Ricardo, para o Rogério e o Jorge
Mas o tempo, Boxer, corre bem acelerado.
Que pecado! Apenas o poema não... Foge!
Gyl Ferrys