QUEM DERA EU FOSSE O PRIMEIRO
Quem dera eu fosse o primeiro
Quem dera eu fosse a importância
De teu pensamento derradeiro
E que houvesse jamais distância
Onde a existência fosse só o que é verdadeiro
E, ao acordares,
Nem eu de ti nem tu de mim, discordares.
Quem dera eu fosse a manhã azulinha
Quem dera eu fosse a irmandade
E no céu, à noite, uma luzinha
Fosse um carrossel de estrelas e sua disparidade
E o cosmos só uma esfera redondinha
Na imensidade
Do Planeta Terra, em toda a sua conformidade.
Quem dera eu fosse todo o alimento
Na boca do pobre
E se acabasse de vez com todo o armamento
O oiro agoirento, a prata deslavada e o cobre;
Quem dera que tudo nesta vida que é nojento
Se torna-se em bom Humor
E as pessoas fossem capazes de mostrar o seu amor.
Quem dera tudo isto, que não é pedir muito
Sobreviesse às pessoas sua humildade
Estarmos atentos ao nosso intuito
Que há muito mais em nós do que a capacidade
de retermos o muito que é mútuo
e assim sermos humanos em primazia
nasça o sol ou ponha-se o dia.
Jorge Humberto
24/06/20 Santa-Iria-da-Azóia