Último Sopro de Vida
Aos meus ouvidos um leve assopro
tantas vezes repetidos
porque é o tanto que eu sofro
sentindo o bafo da morte
lamina fria e reluzente me rasgando
o peito, os braços e as mãos.
Olhos marejados em um gemido sufocado
Ó Deus! traga até mim o sorriso de um anjo
que em sonhos vividos tanto amei
não me leve de volta à escuridão
me permita este arranjo...
para que eu volte a ouvir
as batidas do meu coração.
Fora de mim já inexiste a dor
o ar escasso e minúsculo
como gotas de um sol em seu ocaso discreto.
É quando amor me socorre com a sua morna e macia mão
me tirando dos braços da morte e
da face obscura de um cinzento teto.
Ao abrir meus olhos como entender
o nada.
Sinto apenas o estremecer dos ventos
e uma patetica dissonância vazia e desesperada
mas com todo meu pensamento
sendo direcionado a voce.
Alexandre Montalvan