Poemas : 

Dealbar

 
Perco-me sempre nos caminhos curtos,

nos mais longos
ando às aranhas, busco mariposas, corro.

Como se procrastinasse o destino.

Ao virar de cada esquina
encontro versos com que converso,
tiram-me o sul e dão-me o leste.

Como se o Sol fosse só poente.

No horizonte, tão horizontal,
junto passos
de caracol de lebre...

E perder-me é só mais um pouco,
é
uma febre.








Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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