Luso-Poemas
 
Sonetos : 

Cúmplice

 
Sonho, se alguém passar por esta estrada,
Não digas que me viste. O meu lugar
Não é no teu mundo a desabrochar,
Mas no abismo da esperança condenada.

E, se alguém perguntar, não digas nada
Àqueles que me vêm procurar
Para me levar de volta ao negro mar
De brumas onde vivo abandonada.

Esconde-me nos recessos do teu mundo,
Onde o tempo da vida é um segundo
E eu posso suspirar pela liberdade.

Não me entregues à luz que me rejeita!
Se não puderes viver em mim, aceita
Ao menos esta sombra de amizade…

Semper Fidelis...

Carla Ribeiro

 
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Carla Ribeiro
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Enviado por Tópico
quidam
Publicado: 16/04/2008 11:59  Atualizado: 16/04/2008 11:59
Colaborador
Usuário desde: 29/12/2006
Localidade: PORTIMÃO
Mensagens: 1354
 Re: Cúmplice
Eu passei por uma estrada, sem corpo, sem alma, sem nada. Eu não existo, jamais alguma vez te poderia ter visto... não te vi, não!... apenas me senti cúmplice de ti...

Enviado por Tópico
Gilberto
Publicado: 16/04/2008 18:11  Atualizado: 16/04/2008 18:11
Colaborador
Usuário desde: 21/04/2007
Localidade: V.Nde GAIA-Porto
Mensagens: 1804
 Re: Cúmplice
Belíssimo soneto! Carla.

Fazendo lembrar, Florbela Espanca.

Gostei muito!

Beijnhos

Gilberto

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/04/2008 21:59  Atualizado: 16/04/2008 21:59
 Re: Cúmplice
Olá Carla,

Cumplicidade é uma palavra que pode esconder tanto o bem como o mal. Depende das circunstâncias em que ela seja utilizada entre pessoas que possuem um laço ou uma aliança de promessa. Adorei seus versos, as imagens que vc criou em torno desse tema, na verdade, são cumplices de vc. bjs

Enviado por Tópico
Hisalena
Publicado: 22/04/2008 21:35  Atualizado: 22/04/2008 21:35
Membro de honra
Usuário desde: 30/09/2007
Localidade: Leiria
Mensagens: 734
 Re: Cúmplice
O seu soneto, magnifico por sinal, fez-me lembrar Florbela Espanca. Também os poemas dela transpareciam mágoa, dor, desilusão, descontentamento, amor não vivido mas apenas imaginado.
Muito bom o seu poema, parabens!

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