Enviado por | Tópico |
---|---|
Alpha | Publicado: 01/07/2020 22:59 Atualizado: 01/07/2020 22:59 |
Membro de honra
Usuário desde: 14/04/2015
Localidade:
Mensagens: 2063
|
Re: deu branco
Dito com esta simplicidade
Em nada fica por entender A agudeza da racionalidade Dará sempre maior prazer. Beijo |
Enviado por | Tópico |
---|---|
Rogério Beça | Publicado: 02/07/2020 09:49 Atualizado: 02/07/2020 15:51 |
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
|
Re: deu branco
Vou começar por números.
Toda a língua do universo é numerável. Matemática. O teu poema tem 2 "...sem...para..." e 2 "...sem...que...". Um poema sobretudo de sem. De falta, ausências. O primeiro dístico é desértico. Mas como a tundra. Além de não ter vida é gelado. A minha visão do inferno é uma estadia numa prisão (na solitária) na sibéria. Bela imagem, contudo. O vento enrugaria a pele na segunda estrofe. Daria experiências intensas, revolucionaria, o vento, e as rugas como marca, cicatriz. O sol, daria vida e cor. O branco é quase ausência, associado à pureza, que nojo! "...doa-dor..." é quase um pleonasmo. Para que a dor doa, basta ser. Para doar a dor, é impossível. A partilha é sempre desigual. Talvez nos sonhos o doador doe, e alguém receba. A última estrofe marca o manto, bordar pode ser por na borda, pode ser dar brilho, adornar. As mãos têm um sentido metafórico tão gigante que precisaria dum tratado para tratar dele, mas nas tuas mãos o poema esteve bem. Favoritei. bj |