Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 27/06/2020 04:58 Atualizado: 27/06/2020 04:58 |
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Re: solstício
As saudades que tinha destes poemas da tua lavra.
Este, claramente, é de livro. "...ceifando águas resistentes à luz do vento..." Que beleza, logo para começar. Misturas elementos aparentemente imiscíveis, a água, a luz e o vento. Podes ter água com vento (tipo Pedras, ou Vimeiro) mas água com luz é outra fruta (Luso?) a luz do vento é uma valente metáfora para o conhecimento da mudança, sendo o vento a mudança e a luz, bem, está subentendido. "...como ar deslocado pelas palavras perante esta insensatez..." O ar deslocado pelas palavras sugere gritos, força, e a insensatez é uma demonstração de força bruta, mas fraca. Sensatez é força forte (permite-me o pleonasmo). Depois surge o momento alto do poema, muito literal mas que qualquer ser humano se identifica: "...esse nó intimamente escondido na garganta..." é uma dor estranha que nos tira o apetite e a capacidade de deglutição, até o ar custa a entrar. E claro terminas com um terceto não menos destacável. Poemas destes não aparecem muitas vezes, nem em ti que escreves tanto e tão bem. Muitíssimo obrigado pela partilha. Já guardei. Abraço |
Enviado por | Tópico |
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visitante | Publicado: 10/12/2020 09:13 Atualizado: 10/12/2020 09:13 |
Re: solstício
Fantástico! Parabéns!
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