Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 21/06/2020 19:42 Atualizado: 21/06/2020 19:51 |
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![]() Começo de baixo para cima.
"...Só o que é leve e livre voa..." O absoluto neste caso sabe bem. A aliteração em livre e leve dá um ar alado à ideia. Quanto à afirmação, é a regra. O Homem tem muito peso, e é preso. Logo, não voa. Os pássaros têm no peso leve e, na estrutura oca dos ossos das asas, muita leveza. Basta agita as asas. Se estiver engaiolado ou acorrentado, é como o Homem, não voa. Mas o que voa, neste poema? O sujeito poético referindo-se a si mesmo ou a alguém que admira, ou apenas mira, fala de alguém com o vento nas mãos. Gosto de vento. A brisa, nem tanto, mas a ventania é um gozo. Até aquele que é quase furacão. Os furacões e as tempestades (como as de areia) de vento são demasiado destrutivas, para esse meu gosto. "...levas na boca o jeito dos trevos..." submete-nos muito sobre as superstições das quatro folhas, associado à boa fortuna, quando se fala em encontrar, quando o que se fala é raridade e solidão. "...Com o dom da criança..." acho muito belo o verso. Há nas crianças uma pureza que os anos nos retira. A inocência. A crença. As crenças novas e as nov-idades. Devíamos todos aprender a ser crianças assim que chegamos a adultos. Assim como a palavra vem do silêncio, neste poema parece dar-se o inverso, tornando o movimento cerimonioso. Quase sagrado. Amo a tua poesia. E é de borla. Abraço irmã |
Enviado por | Tópico |
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Gyl | Publicado: 21/06/2020 19:56 Atualizado: 21/06/2020 19:56 |
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![]() Só o título já vale a leitura. O resto é generosidade sua, Zita! Beijo!
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