um pé ante outro. sessenta. a passo largo noventa. um há no meio, omisso. isso de ter pé é coisa de afogado. nado. no meio da água há que ser alga. à tona ou à toa no fundo, ao inrigor da maré. má onda a onda má. mágica é a fórmula do atrito. a fricção certa é incerto gozo, pecado, dor. do dormir, é perda de tempo nos outros e no outro que sou neles. então chamei o repouso para a lida, tão parado e claro. avanço, no correr o sol a morrer. já que nasce. anima de astro. na água engole. até te lembrares do setenta que és, no tanto que corres do tanto que tens. outro ante um pé.
e tu tens dois.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.