A vontade caiu aos meus pés
Que no seu dever ao invés
Me levam para o isolamento
da encruzilhada de ruas vazias
Das palavras que soam sombrias
Tomando o meu pensamento.
Como uma sombra que temo
Nas dores que não calo nem gemo
Com medo talvez e só de nada
Sigo meus pés numa aflição
Como se esta breve solidão
Sem rumo fosse uma estrada.
Ou um deserto que é só meu
Onde a saudade me perdeu
Pelo amor tão empobrecido
Por quem já tanto amou
Se iludiu e se entregou
E se encontra agora perdido.
Esta tristeza que reinvento
Quase que roça o fingimento
Numa ressaca de alegrias
Depois de beber tanto de vida
Sabe-me tão bem uma fugida
Até as agruras dos maus dias.
Nascer para ser feliz