NOITE FRIA DE FIDELIDADE
(Alex Sandro De Lima Silva)
O vento bate em minha porta
Convidando-me para uma dança.
Minha pele arrepia, e o coração assola
ao ouvir aquela voz fria e mansa.
Nego-me a atender o frio chamado.
Mil vezes escolho o cobertor e ela.
Juntos, aquecidos, lado a lado,
almas distraídas que a felicidade tanto anela.
Respirando baixinho, suave, silenciosa
abraça-me às costas, apertado,
com dedicação quase religiosa.
(Teria eu amor assim devotado?)
Vejo então que o Edredom na cama espalhado
e o nosso sacro leito conjugal
tornam-se verdadeira proteção contra abalos.
(Uma barreira quase que natural?)
Nem o intenso frio, nem a forte ventania,
nem o ranger contínuo da janela enguiçada,
é capaz de tornar amarga a mais simples alegria
das almas de fidelidade dedicada
E qual é a prova disto? o café passado de manhã
e a mesa posta com pão de queijo,
os olhos feridos com a luz do dia, o carinho,
o sorriso dela, e um novo beijo.