O chá é a profunda meditação da tarde
Servido no silêncio das boas conversas...
Quentinho e com torradas, santa delícia!
Os idosos adoram bebê-lo em comunhão
No conforto das almofadas ou no jardim,
Onde possam escutar o canto dos pássaros.
As idosas amam oferecê-lo às amigas
A fim de colocar a vida dos outros em dia
Numa torrente de fofoca que não tem fim...
Com sol ou chuva, o chá não se dispensa,
Pode desabar o mundo, cair fogo dos céus,
Mas lá estão eles e elas a baterem o ponto
Nos vespertinos encontros do dia a dia...
Há quem expresse serem esses instantes
O labor dos aposentados, das pensionistas
E dos viúvos de plantão...Quem sabe?
De repente tudo pode acontecer, por que não?
Descompromissados e livres, tais indivíduos
Estão sujeitos a uma nova relação de amor...
Afinal, o amor é uma faca de dois gumes:
De um lado ele; do outro, ela... “cama à vista!”
DE Ivan de Oliveira Melo