Poemas : 

Nos meus cadernos

 
Nos meus cadernos
O meu maior poema era o teu nome,
Grafitei-o como as luas em tamanhos,
Com a bic fiz castelos e dragões, estrelas e flores
e tantas coisas,...
Nos intervalos, por entre o giz e o apagador
e as gargalhadas,
de uma laracha que alguém me dava com humor,
Cresciam as paredes
Lá me sentia um gnomo cheio de calor.
Desenhei o teu rosto e fui gozada,
Escrevi nele as minhas frases meio maradas
Colei-o ao lado da minha cama sem corretor,...
Sonhei-te meio doida e meio calada
Assustava quem me queria com desamor.
Quando te via lá ficava atrapalhada
Fugia, e até escondia os meus calores
Do resto tu já sabes, falam as escadas,
Os brincos que perdi
Os medos ofegantes e os glamoures
As músicas
As danças
As pastilhas e os cigarros
Os ciúmes, os beijos dados,

Nas ruas estreitas, nos cantos mais apertados dos amores.







 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/06/2020 16:20  Atualizado: 12/06/2020 16:20
 Re: Nos meus cadernos
Fico verdadeiramente fascinada com a tua inspiração prodigiosa.
Sinceros parabéns.
Abraço:)


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/06/2020 12:20  Atualizado: 13/06/2020 12:20
 Re: Nos meus cadernos
folgo por não teres esquecido dos teus cadernos.

apreciei o escrito.

um abraço.


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 16/06/2020 16:40  Atualizado: 16/06/2020 19:21
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Nos meus cadernos
Este poema é uma declaração de amor muito bem feita, na minha opinião.
Penso em cadernos e vêm-me à ideia os diários (religiosamente selados), os blocos, em que a minha irmã faz com um trabalhão de ilustradora (é bióloga) a agenda deste ano, os meus poemas é claro, que por vezes são de capa preta e agora é quadriculado.

"... o meu maior poema era o teu nome..." ok, um cliché, mas que homem não adorará ouvir isso, ou mulher?
Bic laranja, ou Bic cristal?, o abuso aqui na imagem e no símbolo temporal e geracional, até... Antes só havia Bic. Bic é também o mesmo que TupperWare, ou backandecker, marcas que se tornaram coisas (o que é uma caixa-plástica?). Com ela (prefiro a preta) entra o sujeito poético no mundo da fantasia e da beleza (dragões e flores)...

As "...paredes a crescer..." entram num registo menos simpático e idílico. Há uma prisão a caminho.
Mas o registo mantém-se apaixonado.
Com os "calores" e com o "fui gozada" (ele há gente muito cruel).
O poema é todo meio marado, como as frases escritas no rosto desenhado, numa alusão juvenil.

Sabias que marada vem de mar?

Quando se assusta até "...quem me queria com desamor..." há muita gente em perigo eminente, que é o que parece este poema pujante.

Ao desafio.

"...os brincos que perdi...", brincas?!
"...as pastilhas e os cigarros..." outra vez, já te disse que isso estraga um gajo...

Intenso, muito intenso, até ao último verso, à última palavra até...

Abraço, irmã


Enviado por Tópico
Rafaeldesousa
Publicado: 14/07/2021 22:28  Atualizado: 14/07/2021 22:28
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 Re: Nos meus cadernos
...tão simples...e tão lindo...sempre a chama do amor!